Oi, olá, tudo bem?
Na minha divagação de hoje, pretendo discorrer sobre os games de RPG, especialmente, o que faz com que um jogo possa ser classificado como um RPG, na minha humilde opinião.
Por não ser um pleno conhecedor do atualmente chamado "RPG de mesa" (o original), por isso, não espere muitas informações sobre esse gênero específico.
Mas chega de desculpas bestas e vamos aos principais elementos que eu consigo perceber em RPGs.
1. Jogo de Interpretação
Esse elemento é tão básico que está no próprio nome do estilo de jogo. RPG significa "Role-Playing Game", ou, em uma tradução literal, jogo de interpretação.
Jogos de tabuleiros são milenares. Mas o grande diferencial do estilo RPG era que você passava a ser o personagem principal do jogo. Você definia as características do herói do jogo, sejam físicas ou psicológicas (mas como elementos visuais eram inexistentes, o que realmente importavam eram os elementos psicológicos).
Quando tentou-se trazer esse gênero para o mundo do videogame, os desenvolvedores tiveram dificuldade em passar tal interpretação para os jogos. O que se procurou fazer, inicialmente, foi deixar com que o seu personagem principal não tivesse fala, pois, assim, o jogador precisaria, em sua mente, completar os diálogos.
Depois, tentou-se passar esse elemento interpretativo para a criação do visual do seu herói. Mas esse recurso era apenas um detalhe, que faria alguma diferença apenas no início do jogo, e não no decorrer dele.
Só recentemente conseguiram colocar linhas de diálogos para que o jogador pudesse escolher suas próprias salas. O que apesar de interessante, ainda limita bastante o gamer a caminhos pré-fixados.
O que a tentativa de inserção do modelo de RPG dentro do videogame, foi a criação de modelos que proporcionassem maior liberdade para o jogador, em diversos aspectos.
2. História como elemento principal
Um jogo de RPG de mesa é, em sua essência, uma estória coletiva. Você tem um guia, ou narrador, chamado de mestre, e os demais jogadores, através de suas escolhas, contribuem para a formação de um conto.
Claro que existem regras básicas e sistemas que auxiliam no jogo, mas a estória continua sendo o elemento principal. Não mais um plano de fundo sobre o qual o jogo se constrói.
E é por isso que nos jogos virtuais de RPG, obrigatoriamente, a estória deve ser o elemento principal. E tal aferição independe de fatores valorativos pessoais sobre se o que é contado é bom ou ruim (se um RPG possui uma estória ruim, ele não deixa de ser um RPG, apenas passa a ser um RPG ruim). Tão pouco tem relação com o fato de o começo do jogo e o seu final serem fixos ou não.
Dizer que a estória é o elemento principal de um jogo significa dizer que todos os demais sistemas existem com o único objetivo de servir à narrativa.
Em RPGs de mesa, a forma de combate é praticamente insignificante. O que importa realmente é a escolha que você teve, as atitudes que tomou e os desmembramentos dela.
3. Escolhas
Esse fator é tão importante que já foi mencionado diversas vezes no texto até agora. Esse é o cerne principal da mecânica de jogo de um RPG. E é o principal elemento que foi absorvido pelos games desse estilo, de uma maneira geral.
Atualmente, praticamente todo o jogo desse gênero se inicia com a escolha de seu personagem, passando por sua classe e atributos principais. Depois, em cada passo, você possui escolhas sobre praticamente tudo que irá fazer, dentro das limitações do sistema do game.
Uma observação é importante, o fato da estória de um game ser linear, não implica, necessariamente, na ausência de escolhas. O que não importa não é o "tesouro", mas a busca por ele.
Em um RPG de mesa, cada partida é única, mesmo que o mestre queira que, ao final, você sempre enfrente um dragão e salve a princesa. E assim que um game desse gênero deve ser, onde mesmo que o final seja o mesmo, os passos trilhados possam ser distintos.
4. Evolução e Equipamentos
No RPG de mesa, os jogadores precisam ser recompensados ou punidos pelas escolhas feitas. Por isso, a depender do sistema escolhido, os personagem recebem experiência, atributos ou equipamentos melhores.
E, talvez, esse seja o elemento de RPG mais adotado pelos videogames atualmente.
Mas, em um RPG de verdade, a evolução e/ou melhoria de equipamentos deve ser uma recompensa, e não algo que simplesmente ocorre, e ocorrerá, independentemente das suas atitudes dentro do jogo.
5. Aleatoriedade
Afim de deixar o jogo o menos linear e repetitivo o possível, os RPGs de mesa adotam um sistema de aleatoriedade de eventos.
Nos videogames, não importava quantas vezes você passasse por determinado local, você encontraria os mesmo inimigos, que te dariam a mesma recompensa.
Isso não significa que tudo precise ser aleatório ou que o game precise adotar uma mecânica ou sistema específico. Apenas que, duas pessoas jogando exatamente o mesmo jogo, terão experiências totalmente distintas, mesmo se decidirem escolher os mesmo caminhos.
6. "Okay, além de me fazer perder alguns minutos da minha vida, esse tópico serviu pra que?"
Er...
Pra dizer a verdade, eu quis fazer o tópico porque tem muita gente dizendo que "tal" jogo é um RPG, quando para mim não é.
Mas todos os conceitos e elementos, acabam sendo muito valorativos e não rígidos. Tanto é, que um dos maiores clássicos do gênero, o Final Fantasy, para alguns, é apenas um jogo de estratégia e aventura. Pois, se formos rígidos demais, nenhum game poderia ser classificado como RPG, já que nenhum deles é exatamente igual ao clássico RPG de mesa.
De qualquer jeito, espero que tenham apreciado o conteúdo, e que venham debater sobre esse estilo de jogo comigo nos comentários ou no fórum Khiwi.
Abraços.
2 comentários:
O que mais retrata atributos de RPG de mesa que já joguei atualmente é Skyrim, personagens, histórias, quests, uma criação de personagens bem ampla, muitos itens, etc.
Um dos melhores ^^.
Exato!
Por isso que Skyrim empolgou tanto! Ele é um RPG, propriamente dito, em cada pequeno detalhe!
^^
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