Super Mario ~ Pré-História Gamer: It's me, Mario!



1. Mario? Que Mario?
Definitivamente, não deve existir muita gente que visite um blog de games e não conheça o encanador mais famoso do mundo.

Mario é simplesmente uma das maiores franquias de games de todos os tempos (por falta de dados oficiais, eu não digo que é "a" maior). Esse encanador bigodudo se tornou um dos símbolos mais conhecidos, e lucrativos, entre todas as formas de entretenimento.

Por ser um assunto praticamente inesgotável, alguns "cortes metodológicos" são necessários para que eu possa trabalhá-lo em um post (e não em um tratado de 100 tomos). 
O primeira limitação é em relação aos tipos de jogos da franquia. Tratarei aqui exclusivamente dos jogos do tipo "plataforma", já que é onde a franquia teve sua origem. Indo somente até quando Mario permaneceu na chamada "progressão lateral" 2D (já que "Pré-História Gamer" subtenente-se que é uma coluna que tratará somente de jogos muito antigos).
Segundo, o foco do tópico (e dessa série de postagens em si) é unicamente da importância daquele jogo para o cenário gamer, dizendo apenas muito resumidamente do que consistia o jogo e um pouco da história dele.


2. Jumpman


Por um período de quase 10 anos, a Atari reinava absoluta no mercado de Arcades (máquinas de fliperama) e de consoles domésticos.

A Nintendo, na época, era apenas uma empresa que fabricava um jogo de cartas. A experiência com o mercado de jogos eletrônicos era praticamente nula. Mesmo assim, eles fizeram um alto investimento para lançar um jogo Arcade chamado "Radar Scope".
Este jogo possui uma mecânica parecida com "Space Invaders", mas foi um grande fracasso comercial. Em pouco tempo, o jogo teve uma queda de procura imensa no mercado Norte Americano.
Acontece que o presidente da Nintendo, motivado pelo sucesso inicial do jogo no mercado japonês, fez uma encomenda muito grande de aparelhos. Eram quase 2000 máquinas em estoque sem serem vendidas.
A fim de evitar a "quebra" da empresa, Shigeru Miyamoto foi incumbido de alterar o jogo presente nos arcades, mantendo o mesmo hardware.

A ideia original seria fazer um jogo baseado no desenho animado Popeye, onde o marinheiro precisaria resgatar sua dama das mãos do vilão, pulando sobre barris e subindo em escadas. Devido a falta de patente para usar o personagem, Miyamoto precisou criar um personagem totalmente novo.
Em uma folha de papel, ele fez o primeiros traços do personagem (idealizado inicialmente como um carpinteiro). Devido a dificuldade de fazer uma boca com uma quantidade tão limitada de pixels, ele decidiu dar um bigode a sua criação.
Assim, em pouco tempo, e "meio que por acidente", em 1981, o primeiro jogo do Mario foi criado. Tendo como título o nome de seu vilão, "Donkey Kong", já que nosso herói ainda não possuía um nome, sendo conhecido apenas como Jumpman.

O que talvez Miyamoto não tenha percebido, é que pela primeira vez na história dos arcades, tínhamos um Herói! Tínhamos uma donzela em perigo! E, apesar de não possuir nenhuma história, criávamos nossa própria história, e nos colocávamos na pele de um personagem de um jogo. E, se antes tínhamos um hobby e uma diversão, dessa vez passamos a ter um objetivo, salvar nossa garota das mãos de um vilão malvado!

Com o sucesso do primeiro Donkey Kong, sequências foram criadas. Delas, merece destaque Mario Bros., criado com a influência de "Joust", que nos apresentou Luigi, irmão de Mario. Mas a Nintendo somente nos proporcionaria uma nova revolução no mundo do video games anos depois, em 1985.


3. Super Mario


Com o sucesso de seus jogos, a Nintendo resolveu investir no comércio de consoles domésticos, Criando o Nintendo Entertrainment System (conhecido por nós brasileiros também como Nintendinho).
Para acompanhar seu novo console, a empresa decidiu criar um novo jogo, evoluindo a ideia básica de Mario Bros.

Inicialmente, Mario não estaria mais preso pelos limites da tela, mas progrediria (sempre da direita para esquerda) enquanto a câmera acompanharia nosso herói, dando uma ideia muito maior de "progressão".
E essa foi a base da ideia de um jogo de plataforma, que hoje é sinônimo de "progressão lateral", justamente devido a essa nova mecânica.
Para facilitar a nessa ideia de progressão, o cenários precisariam ser melhor trabalhados, inclusive, com um background mais diferenciado, para dar uma ideai de velocidade.

Outra mecânica particularmente brilhante desse novo jogo, seria a adição de Power-Ups. Miyamoto estava trabalhando em um versão miniatura do Mario, quando surgiu a ideia de adicionar um item que transformasse-o de sua versão pequena, mais fraca, para uma versão grande e mais poderosa.
Para economizar nos sprites do jogo, eles resolveram "reciclar" o sprite de um dos inimigos já criados, o Goomba. Então, desse inimigo, eles fizeram o cogumelo. Para facilitar a compreensão do jogado dessa mecânica, logo no início do jogo é dado ao jogador um cogumelo bem fácil de ser pego, e introduzido e o Goomba (outra reciclagem de sprite utilizada, foi do arbusto, para se fazer uma nuvem, mudando apenas a palheta de cores).
Além disso, foram criados a flor de fogo, que permitiria a Mario soltar bolas de fogo, e a estrela, que daria a nosso herói a habilidade de ficar invulnerável. Para isso, foi adicionado um segundo botão ao controlador do jogo, onde o primeiro controlaria os saltos do personagem, e o segundo, ações extras.

É meio complicado para alguém que tenha nascido depois de 1990, e tenha crescido jogando games do PlayStation 2, entender a real importância desse jogo.
Mas tente se colocar por um momento em um mundo pixelizado que você conheça, como o de Pac-Man, Pong ou Galaga. E pense que você viveu "preso" a esse mundo por um período de mais de 10 anos. Com o seu fundo preto, com sua jogabilidade limitada a uma ação e caminhar, com sua trilha sonora repetitiva de apenas alguns poucos tons e, por mais que você passasse de fase, o próximo cenário fosse praticamente o mesmo que o interior.
E, de repente, sem nada que indicasse nada de novo, "BOOM!", surge algo totalmente novo, com dezenas de elementos que nunca sequer passaram por sua mente que seriam possível. Algo que diferente de tudo que você já tenha visto e que achasse que fosse possível. Algo que nada do mundo real, nada que nenhum jogo, tenha apresentado de semelhante.

Foi esse o impacto de Super Mario Bros quando ele foi lançado em 1985.
Esse jogo representou uma quebra quase absoluta com todos os paradigmas de jogos que existiam antes dele. Ele é mais que um divisor de águas, ele é mais que revolucionário. Foi um novo mundo que surgia diante de nosso olhos!
E o impacto no mercado mundial correspondeu à expressão desse game.

Pouco tempo depois, a Nintendo lançou uma continuação, Super Mario Bros. 2, em 1988, no mercado japonês. Mantendo todos os elementos, com fases e cenários muito parecidos. Aumentando apenas a dificuldade do jogo para o nível nipônico.

Com medo da repercussão negativa que o jogo teria para a franquia, caso fosse lançado em mercado Norte Americano (com um povo notoriamente mais preguiçoso e que reage pior com frustrações), a filia americana da empresa resolveu fazer um "port" de outro jogo da Nintendo para o ocidente, e batizá-lo de Super Mario Bros. 2, apenas em 1993. O jogo utilizado foi o Yume Kōjō: Doki Doki Panic, que teve como pilar da sua criação o primeiro Super Mario, trazendo como diferencial, a mudança na jogabilidade de acordo com o personagem escolhido.
É, por esse motivo, que a versão americana de Super Mario Bros. 2 não se assemelha com nenhum outro jogo da franquia Mario. 

A Nintendo americana precisava lançar um "Super Mario 2" pois o "Super Mario Bros. 3" já havia sido lançado em seu mercado, no ano de 1990, sem existir um "2" antes do fechamento da trilogia. 
Super Mario Bros 3., lançado no final de 1988 no Japão, explorou os limites do console da Nintendo ao máximo. Ele trouxe a primazia e a perfeição (que a época permitia) para o jogo. Contando com um número gigante de power-ups, uma variação incrível de cenários, e uma interação única com o mapa do jogo. É, para muitas pessoas, o melhor jogo do Nintendinho de todos os tempos. 

No entanto, ele não chegou a me marcar tanto, pois chegou ao mercado brasileiro quando o "mundo" de Mario já havia sido elevado a um outro nível com o lançamento de seu novo console, o Super Nintendo.


4. O Mundo de Mario


A primeira coisa que pensei ao ver Super Mario World foi "Meu Deus! Que gráficos lindos!". 

A evolução do hardware da Nintendo, em 1990, permitiu uma evolução em praticamente todos os quesitos técnicos do jogo.
O gráficos estavam com cores e definições incríveis. As músicas estavam com uma gama de sons incrível. O mundo mudava de acordo com suas ações. Tudo isso reuniu-se para trazer uma coisa aos jogos de video game: vida.

Tudo em Super Mario World simplesmente deu muito certo! Mesmo não possuindo uma grande evolução em relação a jogabilidade, a adição de um novo companheiro, Yoshi, abriu uma enorme quantidade de possibilidades exploradas de maneira extremamente criativa em cada uma das várias fases do jogo.

Agora, Mario não era um jogo interessante de se zerar, mas era um jogo que as pessoas simplesmente queria ter e guardar para si. Continuar jogando para explorar cada um dos detalhes e segredos do jogo, que agora apareciam em grande quantidade.
Mario novamente dava um pulo gigantesco, quebrando paradigmas impostos por ele mesmo.
Se paramos para pensar na evolução que os video games tiveram de 1972 a 1982, e comparamos a evolução de Mario na metade desse período, conseguimos perceber os quão incrível estava sendo a caminha da Nintendo.

Em 1995, era lançada a sequência desse jogo, Super Mario World 2: Yoshi's Island. Mas a "sequência" ficou apenas no nome.
Mesmo com toda a inovação técnica que Super Mario World trouxe, alguns críticos acusaram a Nintendo de estar inovando pouco na franquia. Pois Mario World foi sedimentado nas mesmas bases já existentes em Super Mario 3.

Yoshi's Island mostrou inovação em cada detalhe.
O jogo explora uma outra base de jogadores. Ele tem influência de livros infantis, trazendo gráficos desenhados simplesmente atemporais, que mesmo dezessete anos depois continuam me agradando. O jogo trouxe todo um novo sistema de jogabilidade onde o personagem principal do jogo passou a ser Yoshi, e você pode atirar ovos em seus inimigos. Mario, no jogo, é apenas um bebê, e precisa ser levado por Yoshi em pelo decorrer das fases.

Ele serve como um prequel para todos os outros jogos da franquia anteriormente lançados, e é o último jogo clássico em 2D lançado do Mario. E, na minha humilde opinião, entra para a lista de melhores jogos de todos os tempos, por conseguir trazer toda a perfeição técnica que Mario tinha conquistado até então, em um jogo inquestionavelmente inovador e único.

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