The Legend of Zelda ~ Pré-História Gamer: A Lenda



1. Épico
Eu realmente precisava trazer um post falando sobre essa franquia, que na minha opinião é a mais grandiosa e melhor franquia de games de todos os tempos.
Algo me diz que a palavra "Épico" foi inventada para descrever "The Legend of Zelda". E essa franquia criou tanta coisa no mundo dos jogos, que é bem capaz que tenha sido.

Como deu para perceber, espere um post totalmente parcial e com uma emoção quase cega do início ao fim. Só de falar nessa franquia eu me emociono mesmo... é tipo as hienas do Rei Leão, que quando ouvem "Mufasa", tremem.

Novamente, esse "Pré-História Gamer" é a história do que eu vivi em Hyrule. Indo do primeiro game da série até o épico dos épicos, Ocarina of Time (já existe no canal o review do jogo mais novo da franquia, só clicar: The Legend of Zelda: Skyward Sword ~ Análise)


2. A Lenda de Zelda


O ano era 1986. E para quem tem menos de 20 anos, é muito complicado entender como era a indústria de games no mundo e no Brasil em um tempo já tão remoto.
Para se situar um pouco melhor dentro desse "período histórico" da "linha do tempo gamer", eu sugiro que você dê uma olhada no meu último "Pré-História Gamer": "Super Mario ~ Pré-História Gamer: It's me, Mario!".

O primeiro The Legend of Zelda foi tão revolucionário, introduzindo tantos elementos ao mundo dos games, que é até complicado saber por onde começar.

O jogo foi desenvolvido por Shigeru Miyamoto (que menos de um ano antes havia criado Super Mario Bros.), juntamente com Takashi Tezuka (responsável mais pela estória do jogo).
O primeiro conceito que eles quiseram utilizar, foi o de mundo aberto (sim, cara! Mundo aberto em um jogo de '86). Infelizmente, a tecnologia da época não permitia uma integração muito grande entre as partes do mapa. E o que eles fizeram, basicamente, foi interligar várias fases através de caminhos que fossem decididos pelo próprio jogador.
"Freedom"! Liberdade para escrever sua própria estória dentro de um "jogo de video game". Era algo único.

O segundo ponto, foi a inspiração utilizada para criar todo aquele universo.
Pela primeira vez na história dos Video Games, um jogo seria inspirado em uma estória. Em um conto.
A base utilizada, foi a literatura infantil, com várias lendas que os desenvolvedores ouviram quando crianças e com ambientes que eles vivenciaram em tenra idade.
Vários jogos já possuíam alguma estória como plano de fundo. Mas em The Legend of Zelda, a estória era o elemento principal.

A jogabilidade também foi inovadora.
O sistema de combate com espada e escudo, a visão aérea, os projéteis lançados... tudo possuía, pra época, um realismo muito grande, e fora programado de maneira muito inteligente. O que tornava o jogo muito prazeroso e intuitivo (mesmo contando-se apenas com 2 botões de ação e o direcional no controle).
Centenas de elementos utilizados no jogo foram responsáveis por estruturar o gênero de jogos de aventura. Quantos títulos não possuem o sistema de calabouço? Quantos possuem um sistema progressivo de armamento? O sistema de puzzles, sistema de chaves, a necessidade de se derrotar um boss para se conseguir o item necessário para um próximo inimigo... tudo isso apareceu pela primeira vez no mundo dos video games em The Legend of Zelda.


3. A Aventura de Link


O segundo jogo da franquia só não é tão conhecido quanto o primeiro, creio eu, que por um único motivo: ao nível dificuldade era absurdo. Mas ele não deixa de ser épico.
Lançado em 1987, além de manter vários elementos do título anterior, The Adventure of Link fortificou a parte de "RPG" do game (que, há época, era um gênero que sequer existia).

Pela primeira vez éramos apresentados ao conceito de jogabilidade híbrida (que mesmo hoje não consegue ser bem explorado pelos games). Existia um mapa livre para exploração, com vários puzzles para serem resolvidos. Mas, quando chegávamos a um pouco específico do mapa, mudávamos para um visão 2D, e jogo se transformava em um game de plataforma/aventura.

Eu sinceramente gostava dessa dinâmica, especialmente porque o sistema de combate se tornou bastante complexo, pois você podia atacar o inimigo pulando, com investida direta, ou abaixado (o que era algo fenomenal na época).

Além disso, passamos a ter cidades/vilas, com vários NPCs, com os quais podíamos "conversar". Existia um sistema de missões e um sistema de eventos aleatórios, que naquele mesmo ano seria utilizado no primeiro jogo de outra franquia de muito sucesso, Final Fantasy.
Ou seja, se o primeiro jogo de Zelda decretou o surgimento dos jogos de "Ação-Aventura", The Adventure of Link foi o embrião do gênero "RPG".

Sério, tem como uma franquia ser mais épica que isso?
Incrivelmente tinha.


4. Uma Ligação com o Passado


Ah... O lendário Link de cabelo roxo... O assustador ataque das galinhas homicidas... E minhas mais de 100 horas jogando minha fita de video game em uma linguagem simplesmente indecifrável para uma criança de seis anos (ela era em japonês, mas não faria muita diferença se fosse em Inglês).

O jogo foi lançado em 1991, sendo um dos primeiros lançamentos para o Super Nintendo. E confesso que da primeira vez que fui jogá-lo me decepcionei um pouco com a ausência de elementos de plataforma/progressão lateral. Mas acho que eu era um dos únicos fãs dessas mecânicas.

Muito mais do que uma versão do primeiro jogo melhorada, A Link to Past mostrou-se um game incrível e inovador. Pela primeira vez eu pude entender o que significa a palavra "Imersão". Ao jogar, você simplesmente submergia em um mundo incrível, com gráficos bem mais agradáveis e realistas que os jogos do Nintendinho, diversas linhas de diálogo, inúmeros segredos e missões para serem explorados.

E o ponto mais fantástico desse Zelda, sem sombra de dúvidas, foi criar um ambiente vivo. Você conseguia ver o reflexo das suas atitudes e de seu progresso no mundo ao seu redor. E mais, mesmo sem você influenciar diretamente algo, o mundo modificava-se mesmo sem sua interferência.
E isso era simplesmente fantástico.

Outra sacada genial desse jogo foi te colocar como herói daquele mundo que criou, e, melhor, mostrar as consequências que aconteceriam caso o vilão saisse vitorioso. Somos, então, apresentados a uma mecânica de universos paralelos simplesmente singular até então.
Isso sem contar os inúmeros detalhes que, apesar de não se poder dizer que revolucionaram a indústria dos jogos, tornam esse jogo espetacular (como os animais que representam a personalidade da pessoa no Dark World, onde Link vira apenas um coelhinho).


5. Ocarina



Em 1993 foi lançado o primeiro Zelda para portáteis, Link's Awakening. O qual, infelizmente, eu não tive oportunidade de jogar.
Assim, passaremos direto para o ano de 1998. Sim, vamos para o inquestionável, irrepreensível, irretocável, Ocarina of Time.

Anos antes, tínhamos sido apresentados a um novo conceito gráfico em três dimensões, com Star Fox (que não é o 3D dos óculos que estamos acostumados atualmente, e sim o uso de polígonos para a representação de um objeto, e não mais sprites).
Muitas pessoas ficaram embasbacadas com esse novo estilo gráfico. Outras simplesmente não conseguiam perceber "vida" neles, dizendo que o 3D era um passo para trás em relação à capacidade gráfica se o comparássemos com o visual de outros jogos da época, como Super Mario World.

Ocarina of Time foi lançado e "puff", a capacidade de se criar um mundo "vivo" com esse novo sistema gráfico havia se tornado inquestionável.
Diferentemente de muitas franquias que precisaram mudar muito o seu conceito e jogabilidade para se adaptar ao 3D, The Legend of Zelda manteve suas bases.
Isso porque, dentro do imaginário coletivo, o Zelda já possuía três dimensões. Mesmo sem haver tecnologia suficiente para reproduzir com perfeição o conceito de profundidade, nós já completávamos essa limitação, e criávamos nosso ambiente. Por isso Ocarina of Time conseguiu se encaixar tão bem nesse modelo.
E a Nintendo realmente decidiu utilizar ao máximo a capacidade gráfica do seu novo console, o Nintendo 64. Tanto é que, pra mim, inexiste jogo que tenha qualidade gráfica superior à Ocarina na era 64 bits.
E mesmo sendo os melhores gráficos produzidos até então, o visual do game é um detalhe que se torna quase irrelevante dada a grandiosidade do jogo.

A jogabilidade do jogo era simplesmente fantástica.
O sistema de batalha com escudo e espada consegue ser melhor, por exemplo, do que Skyrim se jogado em um controle. Sério.
Definir um botão para mira é simplesmente brilhante. E trazia sim muito realismo, já que você ao enfrentar, por exemplo, uma aranha gigante, não iria querer perdê-la de vista.
A movimentação do personagem era fluida e muito intuitiva (considerando-se as limitações da época), e serviram para definir o gênero de Ação e Aventura em três dimensões.

Também pela primeira vez, possuíamos liberdade para definir funções específicas para vários botões, permitindo o uso de múltiplos itens quase que instantaneamente.
Além disso, como existiam muitas ações possíveis dentro do jogo, um mesmo botão assumia a função correta para aquele tipo de situação.
A quantidade de itens e equipamentos se tornou gigante, ao ponto de podermos considerar esse Zelda um RPG.
A trilha sonora evoluiu para o patamar de "espetacular". 
O sistema de puzzles e calabouços tornou-se complemente distinto em um ambiente 3D.
O tutorial do jogo é apresentado através de uma fada que te acompanha, tornando tudo muito harmônico, com um amalgama de todo aquele universo que você estava vivendo.

São tantos elementos elementos positivos, uma estória tão complexa e brilhante, e um universo tão incrível, que é praticamente impossível qualquer pessoa, que vivenciou o lançamento do jogo, consiga tecer qualquer crítica em relação a ele. A sua língua trava, e você fica embasbacado lembrando dos incríveis momentos que passou.

O clamor da crítica e do público foram simplesmente únicos. Prova disso é que o jogo está no Guinness como "Jogo com melhor recepção da crítica especializada de todos os tempos" (Link, não o protagonista do jogo, mas sim para clicar).
Além disso, o game tem médias simplesmente absurdas em agregadores de review, como o GameRankings, Metacritic e GameStats.
É claro que você pode discordar da crítica, e não ser um fã do jogo. Mas a qualidade técnica dele é inquestionável. E a influência que a franquia Zelda teve para o mundo dos games é algo único.

Então, antes de dizer que Zelda é "to overrated" (sim, falo com você, senhor Niro... rsrs), saiba que certamente o seu jogo favorito "bebeu das fontes de Hyrule", direta ou indiretamente.

2 comentários:

nigthlord disse...

asi a ultima screen é do OOT do 3DS né? '-'

asiadis disse...

É do original...
Só que a imagem foi editada para aumentar o brilho e melhorar a resolução...
Na versão nova, a modelagem do link e do cenário tá um pouco diferente... e a tela não fica tão poluída com indicações nela, graças a segunda tela do 3DS

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