LIMBO ~ Análise



1. Intro
Como hoje é o Dia das Bruxas, e a steam colocou esse game incrível em promoção por U$ 2,50, resolvi fazer uma review desse jogo que tem um estilo único, e esbanja originalismo.

LIMBO é um game de plataforma 2D, com dinâmica puzzle, com gráficos monocromáticos, contando com diversos elementos de suspense psicológico, com cenas "creepies" (que assustam justamente pelo fato de serem completados pela mente do jogador), desenvolvido de maneira independente pela empresa Playdead.

Você é apenas um garoto, que vai parar no em um lugar muito bizarro, que pelo título do jogo deduzimos ser o limbo, atrás de nossa irmã.
Mas essa é apenas uma base do jogo, que, assim como seus gráficos, devem ser completados pelo jogador. E a história abre margem para inúmeras interpretações.

Não contamos com nenhum artifício padrão para derrotarmos nossos inimigos (pular na cabeça de alguém não funciona aqui). E para superar os obstáculos, temos apenas o pulo padrão, e a capacidade de agarrar objetos pré-determinados. Somos apenas um garoto, amedrontado, perdidos no local mais assustador de todos.


2. Vídeo



3. Apresentação e Aparência




Depois de tanta evolução na indústria dos jogos, é raro você algo graficamente realmente novo.
E nesse aspecto, LIMBO consegue ser simplesmente único.

Tudo no game tem aparência de penumbra, como se você conseguisse observar apenas as sombras do ambiente (oi mito da caverna). E isso serve à própria narrativa, pois você passa a ter que completar, com a sua imaginação, o resto do ambiente. Além disso, como fica muito mais difícil notar alguns detalhes, ou reconhecer de prontidão algum objeto, LIMBO tem um clima de suspense e tensão constantes.

Ao iniciar, você não tem nenhuma informação. Não existe nenhum tutorial, nenhum facilitador nem nada do gênero.
Isso poderia ser um ponto negativo, se o game não contasse com uma jogabilidade tão simples.
Fora que você pode pausar o jogo e checar os controles (foi assim que eu descobri que não existia apenas a possibilidade de pular, mas também de interagir/agarrar alguns objetos).
Aqueles segundos que o seu personagem fica sem se mover, e você fica tentando decifrar onde está, e o que tudo aquilo, sem nenhum informação na tela... Aqueles segundo te dizem: isso é LIMBO. 
Por isso, eu não vejo com o jogo poderia ter uma apresentação melhor.

Além do sistema gráfico genial, o game conta com uma trilha sonora brilhante.
Não existe música. Apenas sons do ambiente, objetos, e ruídos indecifráveis que aumentam absurdamente a tensão do jogo. E, assim como o visual, o som também é um elemento fundamental para a construção da narrativa.
Por diversos momento, é muito difícil passar de alguma parte se você não estiver atento ao som. Em outras, sinais sonoros são emitidos indicando a hora certa de pular ou fazer alguma outra ação.


4. Mecânica de Jogo




LIMBO te mostra como é incrível a quantidade de coisas que podem ser feitas com apenas dois botões e um direcional.
Como já dito, no jogo você tem apenas três funções: se movimentar, pular, e agarrar objetos (que é válida apenas para alguns objetos específicos... não espere poder pegar um galho de árvore para poder se defender de seus inimigos).

O pulo do personagem principal chega a ser patético, e beira a realidade. A altura máxima de seu salto não cobre, sequer, metade da sua altura. No entanto, a distância que você alcança em um pulo é um pouco menos maquiavélica, te permitindo alcançar locais horizontalmente distantes.
É muito bacana como a jogabilidade te mostra o tempo todo o quanto o seu personagem é frágil e fraco.


5. Conteúdo
Talvez esse seja o maior problema do jogo. Ele é muito curto.
LIMBO conta apenas com um modo estória, que não te proporciona nenhum estímulo para jogar mais de uma vez além da existência de algumas conquistas.

Por isso, mesmo tendo adorado o jogo, a maioria das pessoas não possui muito mais do que 3 horas de gameplay.
É uma experiência singular, mas que vale a pena. Principalmente porque se o modo estória tivesse muito tempo de duração, LIMBO certamente se tornaria repetitivo, lento, e monótono em muitas situação. Creio que seja um mal que assola o próprio gênero puzzle.

De qualquer forma, mesmo sendo incontestavelmente curto, o game apresenta uma variação de dinâmicas muito grande. Diversos elementos e ideias são exploradas. E existe um constante sentimento de satisfação ao decifrar algum quebra-cabeça. 


6. Imersão
Em games de plataforma 2D geralmente não existe uma identificação muito grande entre o jogador e o personagem principal.
LIMBO simplesmente destrói esse paradigma.

Desde sua primeira morte (se você se propor a realmente "entrar" no jogo), um arrepio corre sua espinha.
A imersão é fantástica, graças a toda a ambientação criada pelo game, conforme explicado no item "Apresentação e Aparência".

Para você poder se "afundar" ainda mais no universo de LIMBO, eu sugiro que você jogue de noite, com apenas o seu monitor como fonte de luz, com fones de ouvido em altura suficiente para ouvir cada anuência da trilha sonora, e preferencialmente com um joystick (para poder sentir a vibração do controle a cada evento dentro do jogo).


7. Diversão
Puzzles, de uma maneira geral, não são muito divertidos. E eu também não sou um grande apreciador do gênero suspense.

Mas LIMBO consegue manter um ritmo extremamente constante do início ao fim. E é incrivelmente satisfatório ultrapassar um obstáculo.
O game não demora nem evita te desafiar. Os empecílios são constantes, e as recompensas também.

Fora isso, as mortes no jogo, apesar te angustiarem um pouco no começo, com o tempo acabam se tornando algo divertido, em um humor negro e um tanto masoquista. 
E, devido a pouca duração do game, nada nele tem tempo para ficar chato.

Assim, apesar de extremamente curto, LIMBO consegue te proporcionar boas doses de diversão. 
Pena não existir nenhum editor de níveis, uma nova campanha, ou algo que pudesse estender sua experiência com o jogo.
Depois de zerar, o game vai ficar no seu computador pra você poder rir um pouco de colegas e parentes que você puser pra jogar.


8. Nota

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